sábado, 26 de outubro de 2013

REVERÊNCIA À VIDA

                                                         

Antes de ontem, quinta feira 24 de outubro,  graças a singular convite do colega e amigo irmão João Pedro estive presente num encontro de apoio vitalizante, digamos assim, ao grande cineasta recifense e profundo conhecedor de cinema, nosso amigo Fernando Spencer. Fernando Spencer está com 86 anos; encontra-se um tanto alquebrado não apenas pela idade e pelo falecimento recente de sua esposa Inês, mas como ele sempre repete, pela solidão. Por estar muito só, longe daquele clima de intensa atividade que marcou toda sua vida, entre outras coisas,  seus longos dias e longas noites de cronista do Diário de Pernambuco.
João Pedro, vizinho de Fernando no tradicional e poético bairro recifense de Casa Forte, junto com outros vizinhos e alguns  amigos e respeitosos admiradores se juntaram e fizeram acontecer uma dessas coisas divinas que a gente não sabe com que tamanho sentido de solidariedade amor e compaixão o universo com seu poder de permanência nos faz participa, transmudando-nos  de repente sem que sintamos a profundidade, em atores de peças sem ensaio suavemente maravilhosas de representações da vida. Foi o que nos aconteceu nesta última quinta feira. Coisas estranhas surgem nessas montagens magníficas do poder universal em seu constante evoluir.

Pouca gente, espaço singelo, talvez umas vinte pessoas. Presença não apenas de gente madura, mas também de alguns jovens interessados em cinema e bons conhecedores da obra de Fernando Spencer, como também alguns jornalistas. Não sei como, num clima de vibrações suaves, todos se juntaram neste abraço indescritível. Creio que cada um de nós, pessoalmente e em uma unidade afetuosa, formamos  um polo único e infinito de fontes de energias revigorantes centradas  num ato de solidariedade a um grande amigo.

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