Muito
se tem falado ultimamente sobre o fenômeno de quase morte (EQM). Pessoas que
chegam bem perto da morte e que retornam a um estado saudável de vida, passam
por transformações profundas em seus valores e atitudes.
Como
psicoterapeuta que considera em sua prática profissional as dimensões
extrafísicas do ser humano, incluindo as possíveis encarnações anteriores e
perspectivas futuras de um pós-morte, o fenômeno EQM muito me interessa. Eu mesmo
já passei por tais momentos de Quase Morte, quando há uns trinta anos atrás fui
acometido de Febre Tifoide, que por ausência de tratamento específico durante
cerca de 12 dias, quase me levou à morte. Fiquei muito debilitado e, nessas
circunstâncias, tive praticamente a certeza de que iria morrer. A certa altura
entrei num curioso estado de aceitação suave e tranquila da morte. Cheguei a,
nitidamente, assistir àquele filme rápido de uma sequência de fatos da minha
vida, de que contam todos aqueles que vivem o limiar da morte.
Tudo isto veio
a mim agora por estar lendo o livro “Lições da luz: o que podemos aprender com
as experiências de proximidade da morte” (São Paulo, Sumos, 2001) na casa do meu filho Paulo Alexandre, neste
maravilhoso clima da Chapada da Borborema, na bela e acolhedora Campina Grande.
Os autores
Kenneth Ring e Evelyn Valarino descrevem de forma lúcida todos os detalhes
deste fenômeno, destacando principalmente as mudanças para melhor no modo de
viver das pessoas que passaram por este estado. A intensão destes autores é
levar para aqueles que não passaram pela EQM o benefício da experiência sem a
necessidade de passar pelo trauma que normalmente a provoca.
Para finalizar
essas reflexões e com o intuito de contribuir com aqueles leitores mais
interessados no assunto, passo a citar trechos do “Lições da luz”, onde os
autores utilizam a experiência de Craig (nome fictício), um dos alunos do
Professor K. Ring.
“A experiência
de Craig ocorreu num dia de verão, como consequência de “rafting” no qual ele
quase se afogou [...]. Para nós o mais importante é o conhecimento que Craig
recebeu durante a sua EQM e a maneira como ela afetou a sua vida. E se desejarmos
internalizar essas lições para nós mesmos, talvez seja útil resumir algumas das
mais importantes. Assim, é isso o que Craig – o qual como veremos, fala em nome
de tantas outras pessoas – parece ter trazido consigo dessa experiência:
1.
Não há nada a temer com relação à morte.
2.
A morte é tranquila e bela.
3.
A vida não começa com o nascimento, nem termina
com a morte.
4.
A vida é preciosa – viva-a plenamente.
5.
O corpo e os sentidos são dons extraordinários –
valorize-os.
6.
O que mais importa na vida é o amor.
7.
Viver uma vida voltada aos bens materiais
significa não compreender a sua importância.
8.
A colaboração, e não a competição, é o que
contribui para um mundo melhor.
9.
Ser um grande sucesso na vida não é tudo isso o
que dizem.
10.
Buscar o conhecimento é importante – ele vai com
você.
Muitas dessas
afirmações podem parecer obvias – e talvez você esteja pensando cinicamente: “é
de fato necessário quase morrer para aprender esses clichês?” É claro que não –
essa é toda a premissa deste livro – mas, a EQM transforma essas proposições de
clichês, nos quais acreditamos da boca para fora, em verdades reais.” (RING E VALARINO, p. 46)
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