sexta-feira, 21 de outubro de 2011

UM CASO DE SENTIMENTO DE INFERIORIDADE RESOLVIDO ATRAVÉS DE REGRESSÃO À VIDAS PASSADAS

A melhor forma das pessoas perceberem o sentido da Psicoterapia Holística constitui-se no acompanhamento de relatos detalhados de casos reais, que abrangem essa dimensão holística. Cada caso é uma ilustração, um processo único e singular. Assim, na apreciação de cada um desses em sua unidade e sua forma própria e individual, vão se constituindo percepções lúcidas da ordem estrutural e dinâmica dessa psicoterapia. A unidade das nossas percepções sensoriais com as nossas percepções extra-físicas vão constituindo uma dimensão única formando um todo dos nossos vastíssimos arquivos cerebrais e extra-cerebrais sem princípio e sem fim.
Na rede energética universal permanente, mesmo individualizados, prosseguimos nossa evolução como partícula e como onda na atemporalidade e inespacialidade da componência universal.
Para concretização do exposto acima, apreciemos um caso vivenciado com um cliente, no qual foram necessários apenas quatro atendimentos.
O cliente S.D, 40 anos, advogado, no seu primeiro atendimento em 29 de junho de 2011 demonstrava intenso sofrimento interior; cobranças morais muito fortes, permanente dor nas costas e psoríase em várias partes do corpo. O núcleo dos seus sofrimentos físicos e morais, prende-se a cobrança de paternidade de um relacionamento anterior ao seu atual casamento; fato ocorrido há cerca de 12 anos. Atualmente seus sofrimentos estão insuportáveis. Relatou tudo isto em detalhes e com muitas emoções:
“Já contei em resumo tudo a esposa, mas não o suficiente”. Seu sofrimento inclui: fortes sentimentos de culpa, de pesar e de infelicidade.
Todas as atitudes, sentimentos e intenções de S.D, ao discorrer sobre sua saga, são limpas, dignas e com elevado sentido de grandeza humana.
Refletimos. Analisei com ele todo o processo e suas implicações legais e práticas. S.D foi ficando leve, descontraído, perdendo aqueles ares de culpado e de vencido.
No segundo atendimento em 14 de julho de 2011, notei de imediato uma mudança energética em S.D. Estava mais altivo, mais corado e mais forte. Ele confirmou que tinha sido muito bom o primeiro atendimento. Passei a ouvi-lo para que trouxesse mais conteúdos, detalhes e lembranças que estruturassem mais solidamente as condições para uma expansão mental. Com isto abre-se campo lúcido para as percepções extra-físicas. Seguem abaixo, palavras espontâneas de S.D:
“Uma coisa que me martela: eu nunca tive um sonho agradável! Sempre com violência ou como se eu estivesse preso. Desde pequeno, com quatro anos era como se eu não merecesse as coisas boas da vida. Depois que eu saí daqui (se referindo ao primeiro atendimento) comecei a ver até a beleza das plantas que eu não via. É como se eu tivesse feito uma coisa muito séria. Ambiente de delegacia me faz medo, guardas e policiais me dão raiva. Certa ocasião senti-me culpado em defender uma causa de uma empresa. Com essas coisas eu fui me martirizando. Não consigo achar graça em nada na minha vida. É como se a vida fosse um fardo para mim, até vir aqui para o senhor (referindo-se por ter me procurado para atendimento psicoterapêutico). Imagino várias situações em que eu me sinto preso. Os sonhos de prisões me amedrontam muito; são vários e em várias épocas. Só há um em que me vejo à frente de policiais para ações mais decisivas e firmes. Esse é menos angustiante do que os das prisões. Eu tenho com minha mãe uma relação muito forte. É como se eu tivesse cometido um crime sexual. Aos 10 anos presenciei o meu pai terminando de bater na minha mãe. Eu não tenho raiva, mas ele gostava muito de namorar. Vi as marcas de violência no pescoço de minha mãe. Nesta época senti que minha mãe estava vivendo um romance (extra conjugal). Achei normal seu procedimento.
Com referência a esposa disse: às vezes não me acho merecedor dela.
“Com o senhor (psicoterapeuta) é como se eu voltasse a respirar”.
OBS: Esse relato foi feito em clima de fortes emoções.
Após essas detalhadas e livres revelações, levei S.D a uma expansão mental, indicação terapêutica bem oportuna em função do cliente não se lembrar de nada de sua história de vida, relacionada com seus sofrimentos atuais, naquilo que se busca nele o que está realmente inconsciente e reprimido; a fim de que retome seu processo pleno e livre do seu viver.
S.D passou a vivenciar solturas de emoções há muito tempo retidas. Foi a uma VIDA ANTERIOR, onde se encontrava encarcerado com outros prisioneiros. Cenas fortíssimas de pressões, massacres e sofrimentos junto a sentimentos de impotência e inferioridade. Em certo momento chegaram os policiais e seu chefe. Os presos acusaram S.D de algo muito sério. Espremeram-no junto à grade pressionando de dentro da cela e os policiais pelo lado de fora. Cena trágica! De uma crueldade descomunal.
S.D extravasou todo seu sofrimento em fortes impulsos emocionais. Em seguida, foi abusado sexualmente pelos presos; porém não se incomodou mais com nada, pois achou que estava totalmente desmoralizado e sem valor. Ficou acocorado num canto como um morto vivo.
Em seguida vivenciou momentos de raiva, muita raiva; dos policiais e dos presos.
Ficou claro que S.D trouxe para essa vida a seguinte determinação inconsciente, passando a usá-la indiscriminadamente: “não ligar mais pra nada, sentindo-me culpado permanentemente. Não consegui reagir, fiquei acocorado na cela. Não ser merecedor por não ter reagido”.
OBS: Tudo indica que, caso S.D tivesse reagido seria um homem morto. Daí sua firme decisão inconsciente de nunca mais reagir a nada para não ser morto. Carregou consigo esta determinação para sua vida atual. Com isto, fica esclarecida a razão de todos os seus sofrimentos e desconfortos que martirizam e enfraquecem o seu viver.
Neste ponto do processo, levei-o a concluir racionalmente as razões pelas quais vinha agindo de forma tão negativa consigo mesmo e nas suas relações familiares e sociais. Em seguida, estabeleceu para si a seguinte posição firme e consciente:
“EU NÃO TENHO MEDO DE POLÍCIA NEM DOS OUTROS”.
Frase espetacular de retomada de uma vida há tanto tempo vivida moralmente acabada; desviada do sentido de justiça e achando-se culpado até de ser justo.
Refletimos em seguida, serenamente, sobre as aberturas e infinitudes da vida. S.D estava radiante, alegre e risonho. Admirado com o esplendor que se descortinava a sua frente.
Terceiro atendimento a S.D – 28 de julho de 2011:
De início S.D avisa que a psoríase está quase toda desativada. “a psoríase surgiu assim que eu soube que ela estava grávida (a mãe da possível filha de 12 anos). A dor nas costas, que surgiu há três anos, também vem desaparecendo”.
E seu estado moral e de autonomia, como vão? Perguntei-lhe. “melhor, indiscutivelmente melhor”.
Ao refletirmos sobre o direcionamento para mais uma expansão da consciência, disse-me a seguinte frase: “Sinto-me como se eu tivesse abusado de pessoas e merecesse aquele sofrimento. De onde vem o meu sentimento de culpa? É como se eu tivesse que ser castigado”.
SENTIMENTO DE CULPA ficou sendo o tema para a regressão deste terceiro atendimento. S.D se viu de imediato como um senhor feudal em seu castelo. Sentia-se todo poderoso sem se incomodar com o sofrimento dos pobres que moravam em torno. Está à mesa com a família. É avisado que uma mulher o procura na entrada do castelo. Vai até lá e não quer que nada transpareça à família. A mulher está grávida e tudo indica ser dele. Chama seus guardas, manda colocá-la num quarto e ele mesmo passa a maltratá-la; bate muito e a esmurra na barriga com violência.
Outras cenas de soberba e egoísmo foram vivenciadas.
Após S.D voltar ao estado de serenidade decorrente da liberação de suas emoções, pedi que revelasse o MOMENTO MAIS TRAUMÁTICO vivenciado. Ele foi enfático: “Esmurrando a barriga da mulher grávida; e quando eu ria da miséria das pessoas pobres que moravam em torno do castelo.
Tal revelação esclarece sua DECISÃO INCONSCIENTE, de viver submetido a um profundo sentimento de culpa, conforme suas próprias palavras: “CARREGAR A CULPA DO SOFRIMENTO DOS OUTROS, PROVOCADO POR MIM”.
Após a liberação dos seus traumas inconscientes, S.D estabeleceu para si a seguinte meta: “Não sofro mais; não sou mais soberbo e egoísta”.
Obs: Este caso apresenta sentido de profunda libertação interior. S.D sorria ainda durante os últimos momentos da expansão mental, em plena felicidade e descontração.
Convém esclarecer que a vivência como senhor feudal ocorreu em vida anterior àquela da cena com os presos e policiais. O sentimento de culpa que ele traz consigo, está fundamentado em seu comportamento como senhor feudal; e o sofrimento por ele vivenciado na cadeia em vida posterior faz sentido como uma conseqüência dos sofrimentos que ele ocasionou às pessoas em seu tempo no castelo.Esta conclusão veio do próprio cliente dentro de uma ordem inversa a sequência temporal dos fatos.
QUARTO ATENDIMENTO – 11 de agosto de 2011: S.D encontra-se em excelentes condições. Passaram todas as suas angústias, sofrimentos e fraquezas. Está feliz, forte e altivo. Informou, logo no início, que sua esposa está grávida.
Conversamos serenamente sobre todo seu processo aqui vivenciado. Por fim levei-o a um relaxamento para verificar se havia algum resquício a ser apagado. Nada havendo, S.D assim se expressou: “Quando a gente está pensando só no problema, deixa de ver as coisas bonitas da vida, porque há sempre um bloqueio. Quando eu tinha quatro anos, não havia motivo para eu ser uma criança tão triste. Me isolava. No colégio, sempre isolado”.
Neste último atendimento, foi muito bondoso em me dizer: “ O senhor me devolveu a vida”.
Observação: Ele sim, se devolveu à vida, com suas potencialidades físicas e espirituais. Tive a oportunidade de ter sido procurado por ele como instrumento de apoio a esta sua retomada evolutiva na condição de essência na unidade universal.

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