domingo, 16 de dezembro de 2012

UM CASO ILUSTRATIVO DE CURA DE GAGUEIRA (TARTAMUDEZ OU DISFEMIA)



UM CASO ILUSTRATIVO DE CURA DE GAGUEIRA ( TARTAMUDEZ OU DISFEMIA)
DNV procurou-me para livrar-se de uma gagueira que o expunha a profundo constrangimento, principalmente por se tratar de um adolescente de 15 anos. Falava comigo bastante tenso e de cabeça baixa. Revelou com dificuldade que durante a infância, como também agora no início da adolescência sofria longo processo de repressão por parte da mãe. Esta o proibia rigorosamente de conviver com as outras crianças da sua idade  Concluímos juntos e com facilidade que sua gagueira e seu consequente  sentimento de inferioridade vinha deste prolongado processo de repressão. Revelou-me que ficava horas atrás das grades da janela de sua casa vendo as crianças de sua idade jogando futebol livremente na rua. Morava num bairro pobre. A mãe não queria ele misturado com aqueles meninos vadios.

Hoje com 15 anos e mais de 1,80m de altura, encontra-se estático e isolado diante dos colegas, e o pior gaguejando ao tentar falar. No final desta longa conversação reveladora, levei-o a uma expansão da mente visando solturas de emoções reprimidas. Este processo aconteceu de uma forma vasta e forte. Voltou aqueles momentos atrás das grades da janela sentindo a presença da mãe como uma força impedidora.
Após o retorno ao estado natural, ainda gaguejando porém descontraído, estava aéreo procurando entender o ambiente em que se encontrava, com a cabeça doendo e tonto. Confirmadas nossas previsões, orientei-o para que procurasse caminhar pela praia e se possível correr um pouco, a fim de facilitar atitudes descontraídas. Neste nosso primeiro encontro falou muito em seu grande desejo de ser aviador.

No segundo atendimento, 15 dias após o primeiro, DNV apresentou-se bem diferente. Estava descontraído e bem energizado, postura altiva e olhar firme. Demonstrava uma segurança pessoal que em nada lembrava sua apresentação anterior. Destacou as mudanças que amigos e familiares estavam percebendo nele. Falava descontraído e gaguejando menos. Começou a apresentar uma necessidade forte de me solicitar orientações. Entrava em detalhes numa ânsia incontida de superar-se. Tinha seguido meus conselhos de ir à praia e levar sol.

Nos seguintes e últimos três atendimentos levei-o a expansões mentais que revelaram liberações de traumas que complementaram aspectos ligados à plenitude do seu falar e do seu viver. Concluí que sua gagueira e sentimentos de inferioridade tinham a ver também com esses traumas de vidas anteriores.

No sexto e último atendimento estava em clima de plena autonomia pessoal sem nenhum sinal de gagueira. Nestas regressões à vidas passadas reviveu desastre de aviação e casos de traição pela esposa.
Sua frase para uma efetiva evolução foi: “Sei com quem eu falo, como falo e o que vou falar, sempre calmo e com cautela”. Disse que iria pregar essa frase no móvel do seu quarto. Com ares de um adulto livre e forte, me comunicou que está fazendo parte de um time de rúgbi cujos componentes têm acima de 20 anos. Vejo neste último fato, toda uma retomada magistral daqueles tempos de criança em que reprimia toda uma ânsia de jogar bola com os garotos de sua idade.